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Foto do escritorThaís Nozaki

TEXTO Nº 5: ARTE COMO PARTILHA II – VIVÊNCIAS

Atualizado: 3 de jan.

Ê 2024, que ano bom, voltando de fato à normalidade pós-pandemia, a minha normalidade pessoal, digo. Com muita pesquisa, criação e produção artística, em individual e em coletivo, criando assim um movimento intenso, com dois trabalhos que julgo mais importantes nessa retrospectiva, o da exposição coletiva Matrizes e a oficina de Artes Gráficas. O primeiro, por ter sido realizado com mulheres artistas de São José dos Campos, Jacareí e Caraguatatuba, que possuem pesquisas na gravura tradicional e na gravura expandida, também por ter feito parte da equipe de curadoria e da produção executiva, atividades que há tempo não realizava e, por fim, pela pesquisa artística em si. Já o segundo me deu a oportunidade de desenvolver uma didática coerente para oficinas de artes gráficas, qual venho estruturando pouco mais de um ano e, nesse sentido, quem mais aprendeu por ali foi eu.

 

Além desses trabalhos, 2024 trouxe de volta a minha participação em feiras de arte gráfica independente, o que me é muito caro, já que nesses espaços é possível nos apresentar diretamente ao público e ter uma troca riquíssima com eles e entre os próprios participantes. Foi assim numa conversa provocativa, entre eu e uma editora gráfica bem experiente na área, que a ideia do coletivo para fortalecer a participação dos artistas gráficos em feiras de arte gráfica independente surgiu. Então, primeiramente com esse objetivo, vem ao mundo o coletivo Traços do Vale, integrando artistas gráficos da região do Vale do Paraíba e Litoral Norte que se conheceram em feiras gráficas e também por convite dos próprios a outros artistas que possuem pesquisas no campo das artes gráficas manuais. Apesar do coletivo ter apenas seis meses e de estarmos ainda nos conhecendo, já participamos de três feiras de arte gráfica independente, a 10ª FLIM – Café Madah, em São José dos Campos (SP), a Feira Miolos na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo e a Feira Gráfica Interior, no Sesc de Franca (SP) e de uma exposição no Café Madah, em São José dos Campos (SP). Em nossos diálogos expressamos desejos de ampliar nossas ações artísticas e de formação e estamos nos preparando para fazer acontecer.


Editores e artistas gráficos participantes da Feira Gráfica Interior, realizada no Sesc Franca, em dezembro de 2024. Foto: acervo de Cecília Arbolave/Lote 42.

No campo do design gráfico, continuo meus estudos de graduação com afinco, levando esse aprendizado para a produção editorial. Ainda que haja processo criativo no design, pouco se parece com o processo nas artes gráficas, bem como possuem objetivos diferentes. No entanto, artes gráficas e design gráfico são, antes de tudo, meios de comunicação e utilizam-se da linguagem visual para expressar ideias. Para mim, os dois campos são complementares. Enquanto estudo a sintaxe da linguagem visual e a semiótica através do design gráfico, aplico-as, quando possível, no meu processo artístico. Desse modo é no campo do design, para onde levo minhas experimentações artísticas e o gosto por quebrar regras. Em relação a minha pesquisa artística, continuo estudando técnicas de impressão manual e esse foi o ano do estêncil, sem dúvida alguma. Estou encantada com suas possibilidades, inclusive quando dialoga com outras técnicas. Tem uma caminhada boa ainda nesse aprender, mas com certeza veio contribuir definitivamente para a poética do meu trabalho. Dentro da militância (geo)gráfica, começo um novo projeto, junto a uma comunidade que luta por regularização fundiária de seu território. Aliás, quero conseguir contribuir com todas as comunidades detentoras dessa bandeira, um dia.

 

É com essa energia que me despeço de um ano de muitos (há)braços femininos, experimentações e partilhas gráficas, aspirando para 2025 a continuidade das boas experiências e a chegada das novas, “dinheiros” pra sustentar sonhos e realidades, arte e suas partilhas, paz no mundo e em nossos corações. Axé!

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