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Foto do escritorThaís Nozaki

TEXTO Nº 1: APRESENTAÇÃO

Atualizado: 25 de jun. de 2023


Para estrear o blog, passei dias especulando temáticas e autores diversos cujos estudos me aprofundaram em representações simbólicas. Me vi perdida em tantos conceitos já visitados e revisitados que parecia ter desaprendido tudo. Respirei fundo e pensei em ser simples e direta, em seja lá o que fosse escrever. Sobre a temática decidi ter a liberdade de escrever sobre o que me viesse à cabeça, do ponto de vista artístico, desde reflexões aleatórias que fazem parte do meu processo criativo até sobre o próprio processo de criação. É preciso ter coragem para fazer o que a partir daqui farei e espero que vocês acompanhem e gostem dos meus pensares. Pode ser que um tempo depois eu revise essa tal da temática livre e concentre mais em estudos aprofundados, assim como em meus trabalhos, experimentar é princípio básico, mas não o único.


Quanto a esse primeiro texto, de apresentação, o mais justo é iniciar pelo começo de minha trajetória, ou melhor dizendo, o que julgo ser o começo da minha trajetória.


Em 2010, após ter me formado em geografia, saído de um relacionamento abusivo, ter perdido dois trabalhos importantíssimos e ter passado no processo seletivo do IBGE para coordenar o censo demográfico em um pequeno município no estado de São Paulo, tive o azar desse trabalho temporário demorar mais que o previsto para começar e precisei me virar sendo balconista numa loja de materiais de construção em outro município, litorâneo, em alta temporada, o que me proporcionou longas horas no trânsito para refletir sobre minhas dores e alegrias de ser quem sou. Pirei. Entrei em depressão. Três meses depois fui acolhida na casa de minha mãe e comecei um tratamento psicoterapêutico, que na época, era bem acessível. Foram longos oito meses que me debrucei, para além da terapia, em escritos e desenhos. Sim, desenhos. Meu pai foi o responsável pelo meu contato com as minhas raízes. Raízes porque meu avô paterno pintava telas sobre o seu Japão, minha avó paterna foi artesã e costureira, meu pai foi artista gráfico e minha mãe costura muito bem, mas também foi jornalista. Todos eles me ensinaram que a literatura e as artes são também linguagens e por elas poderia expressar-me o quanto quisesse. Bem, foi assim que meu pai chegou em casa com um conjunto de lápis carvão e um bloco de papel tamanho A3 me dizendo que poderia trabalhar bem com as mãos. Quase escutei sua mente gritando “e deixar de pensar besteiras”. Assim o fiz. Uma, duas, três tentativas e não saía nada decente. Continuei. Nada decente. Mas já estava melhor e o trabalho temporário estava para começar.


Logo depois de ir para a pequena cidade de Monteiro Lobato (SP), recebi de minha avó paterna, um pequeno desenho à canetinha hidrocor que fiz aos cinco anos de idade. E pasmem, me recordo desse desenho, de fazê-lo numa folha de caderno pautado, estendido no chão, ao lado de sua poltrona que hoje encontra-se em minha casa. Conscientemente foi o meu primeiro desenho de observação. Decidi então não parar de desenhar, mesmo que por hobby ou terapia, aquilo que fazia bem e era o que importava. Não parei mais. Treze anos depois, estou aqui escrevendo este primeiro texto de apresentação de um blog para o meu portfólio online.


Desejo infinitamente compartilhar todos os meus processos por aqui. Vai nos aproximar muito no campo da linguagem gráfica, meu objeto de estudo e de vida.

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